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Uma anatomia do drama dos roteiristas

Era uma vez (não é assim que as histórias começam?) um país onde as emissoras de TV a cabo repetiam o que as cadeias de cinema fazem: em nossos cabos, só cabe a produção estrangeira.

Aí, aconteceu um tsumani: o governo, junto com entidades e associações do audiovisual, criou a lei das teles que obriga as emissoras a exibirem produções nacionais, num determinado número de horas por semana. O tsumani ressoou como a salvação da lavoura dos profissionais do setor. Estava garantida a ampliação do mercado de trabalho e nossa gente e nossas histórias iam contar com um horário nobre de exibição. Foi um alvoroço do Oiapoque ao Chuí.

Mas, como em toda boa história, surgiu um conflito aflito e um coro desafinado ecoou e afirmou: não temos bons roteiristas para alavancar as novas e tão idealizadas produções. Se não tem roteirista, não tem história.

A Associação dos Roteiristas, não concorda com essa falácia e a maioria de seus associados quebra a cabeça no teclado dos pcs, na tentativa de descobrir a quem interessa esse lero-lero. Será a falta de dinheiro para pagar o trabalho do roteirista? Ou a falta de um diálogo verdadeiro e convergente entre associações do ramo, emissoras, produtores e diretores? Será o desconhecimento do currículo e do trabalho de roteiristas, não só do Rio e de São Paulo, mas também de Pernambuco, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul de tantos outros? Seja o que for, bons roteiristas existem e não são um apêndice da produção audiovisual, são protagonistas.

Por tudo isso, a Associação dos Roteiristas propõe uma conversa franca com todos os envolvidos em uma produção audiovisual. Temos certeza que assim, os roteiristas que “não existem”, aparecerão, seja por seus currículos, projetos e mesmo roteiros.

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