Com enorme tristeza, anunciamos a partida do colega e mestre, certos de que ele deixa a vida para se firmar como um nome marcado para sempre na arte de contar histórias.
Diretor teatral, Jornalista e roteirista Luiz Carlos Maciel, 79 anos, morreu na manhã do sábado 9 de dezembro, no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 26 de novembro, com um quadro de infecção e vinha lutando nos últimos meses contra o agravamento da doença pulmonar obstrutiva crônica.
Em 1959, em Salvador, dirigiu uma montagem elogiada da peça de João Cabral de Mello “Morte e Vida Severina” e foi o protagonista de “A Cruz na Praça” (1959), curta desaparecido de Glauber Rocha. Chegou a dirigir o longa “Society em Baby-Doll”, em 1965. Nos anos 80, se firmou como roteirista da Rede Globo, na equipe do Globo Repórter e, em especiais como “João Gilberto Prado Pereira de Oliveira” (1980), “Baby Gal” (1983) e “Chico & Caetano” (1986).
Mas antes de tudo isso, era Gaúcho, de Porto Alegre. Maciel estudou Filosofia e foi um dos principais pensadores da contracultura no Brasil. Foi um dos fundadores do PASQUIM e trabalhou também nos jornais Flor do Mal, Última Hora e Fairplay. Após um período de dificuldades, colocou sua experiência a prova como consultor de séries como “Os Dias Eram Assim”, e em filmes e espetáculos.
Além de seu olhar sob a contracultura, como escritor e ensaísta, foi autor de “O Poder do Clímax – Fundamentos do Roteiro de Cinema e TV”, lançado em 2003 e relançado este ano. Maciel ministrou vários cursos de roteiro no qual formou vários profissionais do mercado. Seu nome e sua visão, vivem no olhar destes novos autores. Assim como nas histórias que escreveu e nos projetos nos quais se envolveu.
A ABRA se orgulha de abrigar pessoas brilhantes como este artista e pensador eternamente necessário.
Por Tiago Cordeiro e Juliana Reis
Comments