Aconteceu no último dia 5 de dezembro de 2011 a Assembleia Anual da Associação dos Roteiristas do Brasil, que representa 250 autores-roteiristas de todo o país. O encontro serviu para fazer um balanço das nossas atividades em 2011 e também para a eleição da nova diretoria.
Foi um momento importante já que Marcílio Moraes, despois de 10 anos como presidente da instituição, deixou o cargo e agora ocupa uma cadeira de destaque no nosso conselho.
Em seu discurso de despedida, Marcílio ressaltou as principais questões estratégicas da AR, como trabalhar pelos direitos e valorização dos roteiristas, conscientizar as cadeias produtivas do audiovisual da importância decisiva do roteiro e do autor-roteirista para o fortalecimento e o sucesso do audiovisual brasileiro.
Destacou a atuação da AR nas esferas governamentais, como a participação no Conselho Consultivo da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Marcílio também destacou a principal luta da AR: a revisão da lei dos direitos autorais.
Participamos da discussão da nova lei, mas infelizmente tanto o direito de remuneração dos autores-roteiristas pela exibição da obra, quanto a definição da obra audiovisual como obra em co-autoria e não como obra coletiva foram excluídos do novo texto, em desacordo com o que havia sido acertado e em prejuízo dos interesses dos autores-roteiristas.
A AR vai continuar lutando para que as reivindicações sejam atendidas. Apesar de todas as dificuldades e também da divisão de interesses entre os diversos membros da própria classe artística.
Em 2011 também recebeu destaque o fato que a AR, graças ao convênio assinado com a SGAE, tornou-se arrecadadora e com este instrumento recebemos os direitos autorais de escritores e diretores brasileiros, que haviam sido recolhidos pela SGAE na Espanha, para que distribuíssemos.
Apesar de tantas e tão representativas conquistas, ainda temos muito trabalho pela frente e a nova diretoria com Newton Canitto como presidente e Walcyr Carrasco como vice, além de dar continuidade a todo o trabalho encabeçado por Marcilio, temos um novo e desafiante cenário pela frente, que é a abertura de mercado graças à PLC 116, a lei das cotas.
O desafio é que os novos produtores não tem ideia do que faz o roteirista e querem precarizar a criação. A intenção agora é agir em várias frentes, inclusive promovendo a formação e especialização, para que os produtores respeitem e entendam o trabalho do roteirista.
Uma das ideias que o novo presidente lançou também foi financiar projetos que partam de agencias de conteúdo, controladas pelo criativo, pelo autor-roteirista.
A AR começa 2012 num momento de transformação do audiovisual e esta é a oportunidade para que no Brasil o entretenimento, a informação e o show alcancem um novo patamar de produção.
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